Rápida pausa nas férias. Sim, porque não há como deixar passar uma coisa dessas. É preciso dividir tamanha indignação com você que lê este blog.

Domingo, uma tragédia mata mais de 230 jovens no Rio Grande do Sul. Vítimas do descaso, da falta de fiscalização, da fragilidade do poder público, que expõe nossa sociedade a situações inadmissíveis como a de Santa Maria.

Segunda-feira, cartolas, políticos e ex-jogadores se reúnem e trocam abraços em meio a sorrisos no estádio que está sendo construído em Brasília. Um óbvio "elefante branco" que poderá custar mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

Voltemos a 13 de novembro de 2012, há pouco mais de dois meses, quando uma mulher deu a luz a um bebê num hospital sem médico no Distrito Federal. O cofre que banca a "arena" exigida pela Fifa é o mesmo que deveria pagar os profissionais então inexistentes.

As histórias estão, sim, diretamente relacionadas. Em nosso país o dinheiro não costuma ser direcionado corretamente, as "prioridades" são invertidas, não seguem lógica alguma. E com a Copa do Mundo aqui, ela é o pretexto para isso.

A culpa, senhoras e senhores, não é do futebol, mas dos de sempre, daqueles que direcionam para outros campos o dinheiro que daria o básico ao povo. Com a particicipação indireta dos que acompanham esses políticos e dividem sorrisos e abraços com eles.

Nós não precisamos disso. E em tese, alguns dos que prestam seu apoio a tudo isso também não.

Fonte - Mauro Cezar Pereira (espn.com.br)