Equipe:


Aurélio Giacomelli da Silva - Promotor de Justiça

Letícia Titon Figueira - Assistente de Promotoria

Ana Paula Rodrigues Steimbach - Assistente de Promotoria

Mallu Nunes - Estagiária de Direito

Giovana Lanznaster Cajueiro - Telefonista

Mário Jacinto de Morais Neto - Estagiário de Ensino Médio




terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Cuidados para que sejam evitados afogamentos



Cerca de 500 mil pessoas morrem afogadas todos os anos ao redor do mundo. As maiores vítimas são as crianças, já que mais de dez milhões de crianças entre 1 e 14 anos são internadas como vítimas de afogamento anualmente e, destas, uma a cada 35 tem como desfecho o óbito. No Brasil, o quadro é semelhante: sete mil pessoas morreram afogadas em 2009 e o afogamento foi a segunda causa de mortalidade global na faixa etária de 1 a 9 anos, a terceira entre 10 e 19 anos e a quarta na faixa dos 20 aos 25 anos.

O afogamento ocorre de forma acidental, geralmente em situações de lazer, quando poucos cogitam a possibilidade de uma tragédia. São situações que nos remetem ao acaso e, portanto muito difíceis de serem evitados. Porém, afogamentos não são acidentes, não acontecem por acaso. É importante ressaltar que eles são passíveis de medidas preventivas, que são a melhor forma de tratamento!

Esta situação alarmante e pouco divulgada inspirou o The New England Journal of Medicine a publicar um artigo de revisão sobre afogamento em edição recente, que alerta para importantes questões:

Os registros de afogamento em todo o mundo subestimam o número total de mortes, e não contabilizam situações catastróficas, como enchentes, tsunamis e acidentes de barcos como parte do problema.

O maior fator de risco para a morte por afogamento é a falta (ou o descuido) na supervisão de crianças por um adulto. Quando comparamos o risco de óbito por afogamento ao risco por acidente de trânsito, o afogamento chega a ter um risco 200 vezes maior.

A segurança na água provida por salva-vidas não substitui a supervisão dos pais ou responsáveis.

Se a prevenção falhar, a vítima que é resgatada a tempo de evitar a aspiração de água pode ser liberada diretamente do local do acidente. Mas se o processo de afogamento não for interrompido, a impossibilidade de conseguir oxigênio rapidamente leva à parada respiratória e, em seguida, à parada cardíaca.

Pessoas sem habilidade para ajudar se podem se afogar e até morrer tentando salvar outras vítimas de afogamento. Para estas pessoas, a melhor forma de ajudar é chamar um salva-vidas.

Diferentemente das paradas cardíacas que ocorrem fora da água, o afogamento necessita de ventilação boca-a-boca e as novas medidas de "somente compressão" trazem menos benefícios na hora de ressuscitar.

Como mensagem mais importante, o artigo estima que 85% dos afogamentos no mundo poderiam ser evitados através da supervisão e que todo caso de afogamento sinaliza a falha na prevenção, a intervenção mais importante de todas.

A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) propôs há mais de 10 anos um projeto de lei federal para aumentar a segurança em áreas espelhadas (Projeto de Lei 1685/03), mas ainda não conseguiu sua aprovação.

Alguns serviços de salvamento tem demonstrado cientificamente como é benéfica a realização de programas de prevenção com crianças, e conseguiram uma importante redução no número de óbitos, então porque não multiplicá-los?

Texto adaptado de Dr. David Szpilman
Diretor-médico e fundador da Sobrasa


Medidas de prevenção de afogamentos

Prevenção de afogamentos

• Crianças devem ser incentivadas a aprenderem a flutuar a partir de um ano e nadar a partir de quatro anos.
• Mantenha atenção constante nas crianças.
• Nunca nade sozinho.
• Evite mergulhar em local onde você desconheça a profundidade.
• Prefira sempre nadar em águas rasas.
• Não superestime sua capacidade de nadar, tenha cuidado.

Na praia:

1. Nade sempre perto de um guarda-vidas.
2. Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para o banho de mar.
3. Não superestime sua capacidade de nadar - 46,6% dos afogados acham que sabem nadar.
4. Tenha sempre atenção com as crianças.
5. Nade longe de pedras, estacas ou píeres.
6. Evite ingerir bebidas alcoólicas antes do banho de mar.
7. Crianças perdidas: leve-as a um posto de guarda-vidas.
8. Mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas:
    • A vala ou corrente de retorno é o local de maior correnteza, que aparenta uma falsa calmaria que leva para o alto mar.
    • Se você entrar em uma vala nada paralelamente a ela até conseguir escapar ou peça por socorro imediatamente.
9. Nunca tente salvar alguém se você não for preparado par fazê-lo. Muitas pessoas morrem desta forma.
10. Ao pescar em pedras, observe antes se a onda pode alcançá-lo.
11. Antes de mergulhar no mar cerifique-se da profundidade.
12. Afaste-se de animais marinhos como águas-vivas e caravelas.

Na piscina

1. 65% dos afogamentos ocorrem em água doce.
2. Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto.
3. Não permita o acesso à piscina para crianças menores desacompanhadas.
4. Caso você necessite se afastar da piscina, leve sua criança consigo.
5. Isole sua piscina. Tenha grades com altura de 1,50m e 12 cm entre as verticais. O portão de acesso deve possuir trava superior.
6. Utilize ralos que evitam sugar o cabelo (ralos "anti hair").
7. Evite deixar brinquedos próximos à piscina, isto atrai as crianças.
8. Não pratique "prender o fôlego" ou "travessias submersas" sem supervisão confiável.
9. Não utilize boias ou flutuadores. Prefira um colete salva-vidas.
10. Desligue o filtro da piscina em caso de uso.
11. Evite o choque térmico (hidrocussão) - Antes de entrar na água, molhe a face e a nuca.
12. Cuidado ao mergulhar em local raso. Pessoas ficam paralíticas desta forma.

Em rios, cavas, lagos e tanques

1. Não entre em rios de corredeira para atividades de banho ou natação, é muito perigoso.
2. Se entrar em represas, lagos, açudes, remanso de rio use coletes salva-vidas homologado e de tamanho adequado.
3. Em embarcações recomenda-se o uso de colete salva-vidas, homologado e do tamanho certo.

[Fonte: Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná]

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