Equipe:


Aurélio Giacomelli da Silva - Promotor de Justiça

Letícia Titon Figueira - Assistente de Promotoria

Ana Paula Rodrigues Steimbach - Assistente de Promotoria

Mallu Nunes - Estagiária de Direito

Giovana Lanznaster Cajueiro - Telefonista

Mário Jacinto de Morais Neto - Estagiário de Ensino Médio




terça-feira, 31 de maio de 2011

Adolescentes em conflito com a lei - uma reflexão

 No mês de maio de 2011, foram realizadas 20 (vinte) audiências de apresentação pela 1ª Promotoria de Justiça de Palhoça.

Nesses atos, o adolescente em conflito com a lei (que cometeu algum ato infracional) e o seu responsável legal são ouvidos informalmente e o Ministério Público concede remissão (uma espécie de perdão) simples ou cumulada com alguma medida socioeducativa (advertência, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade ou obrigação de reparar o dano).

Quando se verifica que o caso não é de remissão, se inicia uma ação de cunho socioeducativo, que tramitará na Vara da Infância e Juventude, através de uma peça inicial chamada “Representação”. Neste mês de maio foram 21 (vinte e um) processos de apuração de ato infracional iniciados pelo Ministério Público, que podem levar até à internação daqueles que cometem infrações mais graves.

Estes números estão sendo mostrados para que a sociedade quebre o paradigma de que “com menor não acontece nada...”.

Na verdade, o Estatuto da Criança e do Adolescente efetivamente responsabiliza os adolescentes quando cometem uma conduta definida como crime na legislação penal em vigor, chamada no caso de ato infracional.

Porém, o enfoque destas medidas, diametralmente oposto às penas imputadas aos maiores, tem o objetivo de ressocializar os adolescentes em conflito com a lei, respeitando a peculiaridade dos mesmos, no sentido de que se tratam de pessoas em desenvolvimento físico, mental e emocional.

A sociedade precisa se abrir para a idéia de que onde temos programas municipais fortes e articulados de atendimento aos jovens que praticaram algum ato infracional e à sua família, o índice de reincidência é baixíssimo, o que comprova a qualidade do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Assim deve ocorrer em Palhoça, sendo obrigação do Município o implemento de um programa de atendimento forte e sem filas de espera, conforme se determinou na liminar concedida depois do ajuizamento da Ação Civil Pública n. 045.11.004099-0 (sobre isso,leia aqui ).Além disso, a família deve fazer sua parte, pois é o núcleo inicial e principal de comportamento e educação humanos.

Mas a sociedade e a comunidade também precisam auxiliar, denunciando efetivamente a prática de atos infracionais aos órgãos competentes, para que os adolescentes que os praticam possam ser devidamente atendidos. Além disso, a sociedade civil organizada precisa receber bem esses jovens, inclusive para cumprimento das medidas socioeducativas, que comprovadamente vem ao encontro dos seus direitos.

Apenas com essa compreensão é que formaremos cidadãos aptos à construção de um futuro melhor.

Foto extraída do blog:     http://adolescentesconhecendo.blogspot.com/ 

2 comentários:

  1. Muito importante ajudar os adolescentes a enteder suas responsabilidades pra viver em sociedade. Se prejudicarem outras pessoas, precisam sofrer as consequências pra entender que na sociedade há normas de convivência que sõa importantes.
    É necessário que se faça uma parceria com as escolas para difundir estas responsabilidades aos adolescentes e suas familias.
    Continuem este trabalho, que é muito útil à sociedade!!!

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  2. Quem tem filhos adolescentes,sabe que eles gostam de testar os limites. Para se relacionar com eles é necessário estabelecer diálogos, mas precisa estabelecer limites claros pra que eles consigam viver em sociedade.
    Os pais precisam serem ensinados e apoiados pra dar os limites, sem ter medo de perder os filhos.
    Quem não dá limite, acaba visitando o filho na cadeia. Eu creio que as escolas, com apoio do MP e adultos capacitados poderiam oferecer um espaço de diálogo para os pais, tipo "escola de pais".

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