Equipe:


Aurélio Giacomelli da Silva - Promotor de Justiça

Letícia Titon Figueira - Assistente de Promotoria

Ana Paula Rodrigues Steimbach - Assistente de Promotoria

Mallu Nunes - Estagiária de Direito

Giovana Lanznaster Cajueiro - Telefonista

Mário Jacinto de Morais Neto - Estagiário de Ensino Médio




quinta-feira, 26 de maio de 2011

Brechó sob suspeita - doações podem ter virado mercadoria

 Ministério Público investiga ex-diretora de entidade que contratava gente para pedir donativos e estaria vendendo parte do que conseguia com a boa vontade dos outros

Poucas coisas irritam as pessoas quanto doar alguma coisa aos pobres ou a quem está precisa e isso acabar sendo desviado ou vendido. Pois é o que pode ter acontecido por 10 anos, em Palhoça, na Grande Florianópolis, com a Casa Assistencial Abrigo Cristão.

À frente da entidade que acolhia crianças numa creche, Dilvanira Antunes da Silva Florenzano, 56 anos, é investigada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A suspeita é ela que tenha usado o nome do abrigo para cometer uma série de crimes, entre eles apropriação indébita, estelionato, sonegação fiscal e extorsão.

As denúncias foram encaminhadas pelo Conselho Municipal de Assistência Social de Palhoça ao MP. Com as informações e documentos recebidos, o promotor da Infância e Juventude, Aurélio Giacomelli da Silva, pediu, no começo deste mês, a abertura de inquérito na Delegacia de Palhoça.

O promotor entende que há indícios de crimes graves e que Dilvanira deve ser investigada. Aurélio disse que, no mínimo, há estranheza pelo fato de a comerciante ter administrado um brechó e uma empresa de telemarketing paralelamente ao Abrigo Cristão.

Dilvanira, 56 anos, conhecida como Diva, nasceu em Lupionópolis (PR). Moradores de Palhoça afirmam que ela mudou-se para Palhoça em 2001, quando a sua família fundou o abrigo na Barra do Aririú. Deixou a presidência e a entidade no final do ano passado.

Desde janeiro, a creche que era mantida pela entidade que ela presidia não existe mais. As cerca de 60 crianças passaram a ser atendidas em outra creche municipal.

Por anos, o abrigo mantinha um brechó para comercializar as doações da comunidade e revertê-las às crianças. Mas as denúncias de ex-funcionários de Dilvanira que estão com o MPSC colocam em dúvida a real finalidade da entidade e, principalmente, o destino do que foi arrecadado em uma década de atividades.

As suspeitas são de que nem todas as doações chegavam às crianças e que as arrecadações eram vendidas em carretas fechadas para outras cidades de cinco estados ou no próprio comércio dela. No abrigo, havia uma estrutura de arrecadação dos donativos por empresa de telemarketing que juntaria até R$ 24 mil ao mês e repassava apenas 30% desse valor ao abrigo.

Além disso, eram angariados fundos por faturas de energia, contas bancárias e por pessoas recrutadas para bater na porta das casas ou empresas, ensacolar o que recebiam e levar para a sede em Palhoça.

No dia 20 deste mês, dois homens e um adolescente de 16 anos de Foz do Iguaçu (PR) foram presos em Joinville por estelionato: faziam arrecadação de roupas e mantimentos usando coletes do abrigo. Um dos presos, Juliano Barbosa Tuski, 24 anos, disse ao cabo da PM Ivonei Polsin que vendia as doações à Diva de Palhoça. Além disso, forneceu números de telefone do abrigo. A polícia telefonou e constatou que a ligação caiu no brechó da comerciante.

Também estão em jogo verbas públicas que o abrigo recebia. O Ministério Público tem aberto desde 2010 inquérito civil para investigar supostas irregularidades na entidade. Os repasses oram suspensos no início do ano. Mas a apuração sobre o que foi recebido, a prestação de contas e o destino do dinheiro ainda não foi concluída.

Fonte: Diário Catarinense (Diogo Vargas)

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Este é um exemplo de como as coisas acontecem em municipios como Palhoça onde os direitos das pessoas não são resguardados.
    Certamente esta pessoa seguiu o exemplo execrável dos políticos do municipio. Que tem sido terra sem lei por causa do péssimo gerenciamento dos bens públicos usados como pessoais.
    Quando os políticos atuam definindo onde vão trabalhar os seus cabos eleitorais, colocando-os como diretores das escolas, secretários e professores sem processo seletivo, que exemplo podem dar aos munícipes???
    Moralizar a educação é urgente, inclusive a Secretaria de Educação onde a merenda escolar não atende à necessidade mutricional infantil e juvenil. Fornecendo purês e bolos de massa pronta,rico em gordura trans e conservantes, totalmente prejudiciais à saúde infantil.
    Se estas pessoas estavam agindo,certamente tinham o aval de vereadores, que no mínimo ocultaram o problema.
    É necessario que a população seja alertada e estimulada a denunciar as atividades ilicitas.

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