Equipe:


Aurélio Giacomelli da Silva - Promotor de Justiça

Letícia Titon Figueira - Assistente de Promotoria

Ana Paula Rodrigues Steimbach - Assistente de Promotoria

Mallu Nunes - Estagiária de Direito

Giovana Lanznaster Cajueiro - Telefonista

Mário Jacinto de Morais Neto - Estagiário de Ensino Médio




quinta-feira, 14 de março de 2013

Vagas em creches - 17 (dezessete) ações civis públicas ajuizadas em um dia - reflexões e esclarecimento

Amanhã a 1ª Promotoria de Justiça de Palhoça ajuizará 17 (dezessete) ações civis públicas contra o Município de Palhoça, com a finalidade de requerer ao Poder Judiciário a concessão de vagas em creches para crianças em situação de vulnerabilidade, sob pena de cominação de multa pessoal ao Prefeito Municipal de Palhoça e ao Secretário Municipal de Educação. 

E muitas outras ainda virão, pois há dezenas de outros procedimentos em trâmite neste Órgão de Execução com a mesma finalidade.

Pois bem.

Primeiro as reflexões: o município de Palhoça cresceu muito nos últimos anos, mas cresceu de forma equivocada e desordenada. Junto com os empreendimentos, loteamentos e favelas (que foram se avolumando por falta de fiscalização do Poder Público) não vieram as creches, as escolas e os postos de saúde. Resultado: caos.

Os investimentos e o dinamismo palhocense foram propalados em todos os cantos, mas o cuidado, a prioridade absoluta e a proteção integral de crianças e adolescentes não, até porque se verifica que seus direitos foram realmente deixados de lado.

A cidade precisa crescer e atrair mais empregos e investimentos, mas o direito fundamental à educação, por meio da disponibilização de vagas em centros educacionais infantis e através da construção de creches, deveria ser a condição mais relevante para que os empreendimentos fossem efetivamente instalados. 

Mas não, mais uma vez um direito constitucional, social e fundamental foi deixado à margem e centenas de crianças não conseguem vagas em creches, centenas de mães e pais não podem trabalhar em razão disso e a miséria vai se espalhando pelo município dinâmico. Isto sem contar as creches clandestinas que vão sendo criadas e que colocam inúmeras crianças em risco.

E o Ministério Público precisa cumprir sua obrigação de zelar pelos direitos das crianças e adolescentes, por meio do ajuizamento das demandas judiciais antes citadas.

E lá vai então o esclarecimento: o Ministério Público, com as ações civis públicas, não tem a intenção de superlotar as creches/centros de educação infantil e nem de furar a lista de espera. Se a obrigação do Promotor de Justiça é a de defender os interesses da criança, então é óbvio que não se pode permitir que um estabelecimento educacional fique superlotado ou que a fila seja burlada.

Tanto que, nas ações civis públicas, a 1ª Promotoria de Justiça de Palhoça requer ao Poder Judiciário a vaga em centro de educação público ou conveniado específico e preferencialmente próximo à residência  do infante, ou caso não seja possível (ou seja, na hipótese de não haver vaga e haver fila de espera) que o Município de Palhoça providencie vaga em creche particular às suas expensas.

Até agora não recebemos a informação de que o Município de Palhoça inseriu alguma criança em creche particular, pois sempre cumpre as ordens judiciais optando por colocar o infante em creches públicas ou conveniadas.

Portanto, o furo na fila e a colocação da criança em creche superlotada são de responsabilidade do Município de Palhoça e tais situações, caso ocorram, devem ser informadas a esta Promotoria de Justiça, para que as providências cabíveis sejam tomadas.

Por fim, este Órgão de Execução pretende futuramente propor um termo de compromisso de ajustamento de conduta ao Município de Palhoça, para que, a médio e longo prazo, novas creches sejam construídas. 

Desta forma, só resta ao Ministério Público continuar atuando de forma intransigente quando o assunto é o direito fundamental de crianças e adolescentes.

7 comentários:

  1. Parabéns pelo trabalho. Precisa ser investigado, pois os coordenadores não respeitam a fila de espera. Digo com conhecimento de causa que não é respeitado, funciona a indicação política. Muitos vereadores exercem esse "poder". A orientação dada aos pais é que procuram o MP. Outra situação, O município repassa verbas para os conselhos comunitários para atender essa grande demanda. Sabemos que tais verbas não suprem as necessidades. Cabe salientar que cada vez mais cresce os trabalhos voltados a ed. infantil nos centros comunitário, sendo que é de responsabilidade do MUNICÍPIO. Muitos conselhos funcionam direito, mas sabemos que muitos são de cunhos políticos, onde aproveitam da fragilidade existente para tirar proveitos. Vamos acabar com isso, CONSELHO COMUNITÁRIO PODE AJUDAR A COMUNIDADE COM OUTROS FINS...

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  2. Importante também frisar que para cumprir determinações judiciais muitas crianças perderam o turno integral para que outras vagas fossem abertas. Uma mãe que trabalha fora de casa o dia todo se vê obrigada a pagar uma pessoa para cuidar do seu filho no outro período. Outro fato que está acontecendo para cumprir as mesmas determinações é o aumento do número de crianças em sala além do permitido.Coordenadores, com cargos políticos são obrigados a dar as referidas vagas. Estamos de olho!!!

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  3. As coordenadoras da educação Infantil são "professoras responsáveis" pelos CIs, ou seja, não tem portaria nomeando-as, isso significa que se algumas delas cobrar que as coisas aconteçam de forma séria, que seja seguido listas de espera, que não exerça o "poder da influência dos vereadores", acabam sendo tiradas das suas respectivas funções e muitas delas não querem sala de aula.... Mães que precisam trabalhar pois são chefes de família ficam a mercê dessa situação... Palhoça precisa mudar essa relação de intimidade com a politicagem. Coisa séria!

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  4. Importante salientar que além da falta de vagas... tem creche funcionando em horário de adaptação a 20 dias porque a prefeitura ainda não equipou a creche... Não tem armários para guardar as coisas das crianças e principalmente não tem como fazer comida, sendo que é por isso que algumas crianças frequentam as creches... Para fazer ao menos uma refeição completa!!! Esse exemplo e da creche Inês Marta, no bairro BEla VIsta.

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  5. Já fui coordenadora e briguei muito para que a fila fosse respeitada e para respeitar a metragem x nº de crianças recebi ameaças, alegações de que era uma determinação do MP, mas como conheço um pouquinho das Leis não virei marionete. Assim é preciso tomar cuidado com as afirmações e não generalizar, fui coordenadora não por medo de sala de aula, mas para colaborar com o trabalho das demais professoras.

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  6. Estou a meses em uma fila de espera para conceguir uma vaga para meu filho e até hoje NADA ninguém entrou em contato nem pra dizer que não tem mais vaga e o pior nem a lista de espera eu concigo consultar. Meu filho foi esquecido como muitas outras crianças que precisam de uma creche também porque nós pais precisamos trabalhar e não temos onde deixar nossos filhos isso é uma falta de respeito com trabalhadores como nós que só queremos deixar nossos filhos em um lugar dígno! Espero que atitudes sejam tomadas urgente.

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  7. Boa noite! Estou indignada pois minha neta como muitas outras criancas estao na fila, e so o que dizem tem que esperar enquanto isso ha maes que nao trabalham e deixam os filhos na creche tirando a vaga de quem necessita trabalhar, minha nora teve de sair do emprego pois nao consegue vaga e pagar nao tem como, acho que os que comandam gostariam que todos fossem pra porta da igreja pedir esmolas!! Estou muito triste com isso

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