O trabalho das 16 assistentes sociais lotadas no Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC) está diretamente ligado às Promotorias de Justiça do
Estado, conforme o Ato normativo 107/MP/2006. As assistentes sociais planejam,
coordenam, orientam e supervisionam os fatos relacionados ao diagnóstico,
desenvolvimento e tratamento de aspectos sociais, e para isso se utilizam,
principalmente, da Ordem de Trabalho, que disciplina as ações e são emitidas
pelas Promotorias Justiça.
As demandas chegam ao setor, também, por meio dos conselhos tutelares,
das escolas, de telefone e do próprio cidadão, que busca pessoalmente a solução
para seus problemas. Algumas situações são resolvidas no próprio setor, outras
necessitam de procedimento administrativo, que é encaminhado pelo Promotor de
Justiça aos órgãos competentes. Esses procedimentos requerem a diligência das
assistentes sociais em visitas domiciliares e institucionais, entrevistas e
elaboração de estudo social, entre outros.
Os casos mais comuns que chegam ao serviço social são evasão escolar,
pedido de medicação, exame médico, crianças e adolescentes vítimas da
prostituição infanto juvenil, e internação de adolescentes usuários de drogas.
Além disso, atua em casos que violam o direito dos idosos e da pessoa com
deficiência. As assistentes sociais também prestam apoio técnico e fiscalizam,
com os Promotores, as entidades que atuam nos direitos das crianças e dos
adolescentes e nas instituições de longa permanência de idosos (LPI).
Em Florianópolis, por exemplo, o atendimento é realizado por duas
assistentes sociais, que se ocupam dos casos relacionados às Promotorias da
Infância e Juventude, localizadas no Fórum Eduardo Luz. "Percebemos que a
demanda tem aumentado na busca de soluções dos conflitos familiares com
adolescentes sem limites, fuga do lar, envolvimento com drogas. Às vezes nos
deparamos com pessoas exaltadas que não concordam com os encaminhamentos
propostos", revela Mariluse Táboas, há 17 anos no MPSC.
No interior do Estado, de modo geral, o serviço social atua na
Promotoria da Infância e Juventude, Cidadania e Direitos Humanos e, quando
solicitado, auxilia a Promotoria Criminal nos assuntos referentes ao abuso
sexual de crianças e adolescentes.
Já o serviço social de Chapecó atua com as 12 Promotorias de Justiça
instaladas na comarca. Além das tarefas desempenhadas pelo serviço social,
inerentes ao setor, a assistente social Ana Soraia Haddad Biasi, há sete anos no
MPSC, destaca também o atendimento e orientação aos pais nas situações atendidas
pelo Programa APOIA e denúncias de violência e exploração sexual, entre elas, do
DISQUE 100; e a coordenação compartilhada da RAPI - Rede de Atendimento à
População Indígena -, proposta que visa a promoção e ampliação dos direitos
sociais indígenas.
Na Promotoria da Infância e Juventude da comarca de Lages estão
tramitando 320 procedimentos, dos quais vão para o serviço social, mensalmente,
cerca de 80 para realização de mediação e estudos sociais, além de atendimentos
de adolescentes em conflito com a Lei. Na Promotoria da Cidadania e Direitos
Humanos estão tramitando 116 procedimentos, dos quais chegam ao serviço social,
em média, 26 por mês.
Além disso, todos os dias são atendidas ou
encaminhadas para rede socioassistencial dos municípios que compõem a comarca
cerca de 20 pessoas, que buscam informações, orientações e realizam denúncias,
as quais, muitas vezes, são transformadas em procedimentos para análise e estudo
social.
Segundo a assistente social Arnete Trein de Borba, há 17 anos no MPSC, o
serviço social é o local para onde convergem as pessoas que tiveram seus
direitos violados e estão em estado de extrema vulnerabilidade social. "Sofremos
com ameaças e com xingamentos de pessoas que chegam até nós nervosas por não
terem sido atendidas satisfatoriamente em outras esferas do poder público.
Outras chegam drogadas e bêbadas", revela.
Por terem procedido o atendimento, entrevistas e visitas às pessoas
envolvidas nos casos, muitas vezes, as assistentes sociais são notificadas em
juízo para serem testemunhas de fatos extremamente sérios de violência
doméstica, abuso sexual de crianças e adolescentes e violência contra idosos.
Para quem lida com casos espinhosos, o desgaste emocional é inevitável.
Nesse momento é que o apoio da família serve de estrutura para essas
profissionais. As famílias de Mariluse Táboas e de Marlene Michielin ficam
apreensivas quando elas comentam as situações de risco que vivenciam, porém a
realização do trabalho que prestam fica acima das dificuldades. "Buscamos sempre
atuar na defesa e garantia dos direitos das pessoas que nos procuram", diz
Mariluse.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC
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